Onde: Ilhas
Andaman
Quando: 1908-1910
Povo: Tribos das
Ilhas Andaman
Fale
um pouco:
Quando Radcliffe-Brown chegou às Ilhas Andaman teve bastante
dificuldade para aprender a língua nativa. Acampou durante três meses na
Pequena Andaman e fez um grande esforço para aprender a língua, até que
finalmente desistiu, desesperado. Acabou fazendo a maioria de seu trabalho na
Grande Andaman onde encontrou um informante inteligente que falava inglês.
Radcliffe considerou que só conseguira realizar progressos substanciais no
final de sua estadia, quando encontrou o informante. Quando sua monografia foi
publicada em 1922, sua verdadeira importância para Radcliffe-Brown era como
exemplo do método analítico; no que dizia respeito à pesquisa de campo,
contentou-se em descrever o trabalho como um estudo de aprendizado, e apoiou-se
maciçamente nos relatos etnográficos de um antigo residente das ilhas, E. H.
Man, embora divergindo de suas interpretações especulativas. Foi para o campo
como etnólogo e seu objetivo inicial, refletindo em seu primeiro relato, era
reconstituir a história dos andamaneses e dos negritos em geral. Mais tarde,
foi convertido ao ponto de vista durkheimiano de que o significado e a
finalidade dos costumes devem ser entendidos em seu contexto contemporâneo; e
foi isto que ele se propôs demonstrar no livro.
Radcliffe-Brown dividiu os “costumes”
em três tipos: técnicos, regras de comportamento e aquilo a que chamou
“costumes cerimoniais”, nos quais concentrou sua atenção. Os costumes
cerimoniais incluíam aquelas ações coletivas executadas convencionalmente em
ocasiões de mudanças no curso da vida social. O seu propósito, acreditava ele,
era a expressão de sentimentos coletivos referentes a tais mudanças. Na
primeira parte do livro, descreveu uma série desses costumes, constando
principalmente cerimônias e mitos. A segunda parte do estudo ocupava-se de sua
interpretação. É este o verdadeiro núcleo do livro.
Atualidade: As
Ilhas Andaman ficam em um território que hoje pertence á Índia.
Onde: Austrália
Quando: 1910-1912
Povo: Aborígenes
Australianos
Fale
um pouco:
Quando
Radcliffe-Brown partiu para a Austrália em 1910 levou Grant Watson com ele,
pelo dispomos de uma vívida descrição da expedição, sumamente reveladora do caráter
e dos métodos de Radcliffe-Brown, e valiosa para se compreender, de um modo
geral, as condições de trabalho de campo nessa época. As investigações na Austrália
Ocidental foram guiadas em parte por sua conclusão, decorrente de um estudo da
literatura de que seria licito esperar o aparecimento na área de uma certa
variação da estrutura típica, e essa conjetura foi recompensada por sua descoberta
no sistema Kariera em 1911. Apesar desse triunfo no campo, ficou uma vez mais
evidente que o seu trabalho era etnografia “de levantamento e de aproveitamento
de salvados”, e que era estéreo em comparação com o tipo de trabalho de campo
que Malinowski estava realizando nas Trobriand. A preocupação central de
Radcliffe-Brown em seu trabalho australiano foi com o sistema de parentesco e
casamento, algo que ele não tratara com muita autoridade em seu estudo de Andaman.
Como sublinhou uma autoridade moderna, a suposição de Radcliffe-Brown de que os
sistema de casamento e os sistemas de classe variavam independentemente é “presumivelmente
falsa, pois enquanto nos mostra que nenhum deles determina exclusivamente o
outro, as suas próprias provas sugerem, por outro lado que sistemas
incompatíveis de casamento e classe nunca coexistem na mesma sociedade”. Apesar
desse erro e de sua recusa em reconhecer tudo o que aproveitou do trabalho
anterior de R. H. Mathews, os estudos australianos destacam-se como uma notável
síntese e marcam um significativo progresso em nossa compreensão dos refratários
problemas da organização social australiana.
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