terça-feira, 15 de maio de 2012

Contexto Etnográfico de Malinowski

Geografia


Mapa das Ilhas Trobriand, local onde Malinowski fez um intenso trabalho de campo, de acordo com seu método funcionalista.

Contexto Político no início da Carreira de Malinowski


Após uma breve estada na Alemanha, resolve partir para a Inglaterra e vai estudar na London School of Economics. Depois de resolver precocemente os problemas da organização familiar aborígene australiana, encontrava-se na Austrália com uma missão antropológica quando eclodiu a I Guerra Mundial. Malinowski é cidadão austríaco, um cidadão inimigo, e poderá ser internado. Felizmente, foi-lhe permitido passar o seu período de internamento nas Ilhas Trobriand. Aí permaneceu todo o período de guerra, inventando trabalhos intensivos de campo por observação participante, estudando a fundo o vernáculo e vivendo como um dos nativos, em isolamento total de quaisquer contatos europeus. Finda a guerra, regressa à Inglaterra e, em face da oposição obstinada dos evolucionistas reacionários e dos difusionistas fanáticos, organiza um grupo de discípulos dedicados que darão prosseguimento à obra por ele iniciada.

Aspectos Individuais de Malinowski

Malinowski escreveu com grande sinceridade acerca de seus métodos de pesquisa de campo, mas a publicação póstuma de alguns de seus diários de campo forneceu uma ideia muito mais intima de suas experiências nas Trobriand do que as suas próprias dissertações sobre o método. Contudo, embora os diários revelem as tensões pessoais do trabalho de campo, também tornam a sua realização simultaneamente mais compreensível e mais admirável. Malinowski disse aos seus estudantes que considerou o diário pessoal do pesquisador de campo uma válvula de escape, um meio de canalizar as preocupações e emoções pessoais do etnógrafo para longe dos apontamentos estritamente científicos. Os diários tratam da vida pessoal do investigador de campo e mostra-nos  Malinowski debatendo-se com o tédio, as angústias sobre sua saúde, a privação sexual, a solidão e aquilo a que George Mikes chamou certa vez a “ Alma Eslava”. Também contém acessos de irritação contra os trobriandeses. Eles revelam que Malinowski não logrou realizar aquela separação dos contatos europeus que tanto defendia. 

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