segunda-feira, 14 de maio de 2012

Conceitos de Malinowski


Funcionalismo

“A nova geração de antropólogos britânicos, cujos expoentes são justamente Radcliffe-Brown e Malinowski , promoveu a crítica radical dos postulados evolucionistas e difusionistas que dominavam a antropologia clássica, estabelecendo um novo método de investigação e interpretação que ficou conhecido como “escola funcionalista”. O funcionalismo, na antropologia, desenvolve-se em três linhas, algo distintas: a dos discípulos de Boas, nos Estados Unidos; a de Malinowski e a de Radcliffe-Brown, na Inglaterra.” (p.20)

“A crítica fundamental que Malinowski e os demais funcionalistas dirigem à antropologia clássica refere-se à arbitrariedade das categorias utilizadas.” (p.20)

“Para os funcionalistas, os elementos culturais não podem ser manipulados e compostos arbitrariamente porque fazem parte de sistemas definidos, próprios de cada cultura e que cabe ao investigador descobrir.” (p.20)

“O conceito de função aparece como o instrumento que permite reconstruir, a partir dos dados aparentemente caóticos que se oferecem à observação de um pesquisador de outra cultura, os sistemas que ordenam e dão sentido aos costumes nos quais se cristaliza o comportamento dos homens.” (p.20)

“A grande inovação de Malinowski no trabalho de campo consistiu na prática do que é chamado hoje em dia observação participante. Os princípios fundamentais dessa prática e o desenvolvimento dessa experiência estão minuciosamente relatados na Introdução dos Argonautas.” (p.23)

“É importante ressaltar que o fundamento essa técnica do observador que consiste na assimilação das categorias inconscientes que ordenam o universo cultural investigado.” (p.24)

Instituição

“As instituições se apresentam portanto como limites “naturais”, isto é, estabelecidos pela própria cultura, que permitem evitar o perigo de transformar a análise funcionalista, no estabelecimento infindável de correlações.” (p.26)

“Para Malinowski, a instituição é sempre uma unidade multidimensional. Conforme a formulação elaborada anos mais tarde, no seu ensaio Uma Teoria Científica da Cultura, ela compreende uma constituição ou código, que consiste no sistema de valores em vista dos quais os seres humanos se associam[...]”. (p.26)

“Na interpretação de Malinowski, a instituição não deve ser concebida como a simples soma dos aspectos de sua estrutura, mas verdadeiramente como sua síntese. A integração das diferentes dimensões da cultura é a refenrência constante de toda a investigação. Por outro lado, é necessário não confundir a síntese construída pelo antropólogo com a ideia que dela fazem seus portadores. Note-se que Malinowski sempre insiste na diferença entre o código e as normas da instituição, de um lado, e, de outro, as atividades efetivamente desempenhadas pelos membros do grupo.” (p.26)
 
“[...] verifica-se que os diferentes aspectos da instituição não possuem todos a mesma relevância explicativa, pois é nas atividades, isto é, no comportamento humano real, que se encontra o elemento verdadeiramente sintético que fornece a chave para a apreensão da instituição na totalidade de seus aspectos.” (p.27)

“A instituição aparece pois como uma projeção parcial da totalidade da cultura, não como uma de seus aspectos ou partes. A descrição sempre as desenvolve no sentido de mostrar, simultaneamente, como a instituição em apreço permeia toda a cultura e, inversamente, como toda a cultura e, inversamente, como toda a cultura está presente na instituição.” (p.27)










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